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sábado, 30 de abril de 2011

Análise Crítica do Artigo: Acidentes do Trabalho, Em Busca de uma Nova Abordagem, de Tom Dwyer -1989

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Por Eng. Adriano Roque de Arruda

       Basicamente, o artigo em tela trata em analisar um estudo de caso, seu autor busca compreender e definir uma teoria de nexo entre condicionantes sociais das relações de trabalho e os acidentes gerados por este.

Desde os primórdios da raça humana nos expomos diariamente a vários riscos, em maior ou menor grau de periculosidade. No início da humanidade, para saciar suas necessidades básicas, o homem arriscava-se em caçadas de animais, sozinho ou em grupos, quando os acidentes dessa tarefa (ou trabalho) poderiam resultar em graves ferimentos ou até mesmo na morte dos indivíduos.

De lá para cá, a fim de saciarmos nossas necessidades básicas, a humanidade do pós-revolução industrial, via-de-regra, as suas classes menos abastadas “vendem” sua força de trabalho para outros mais favorecidos. Todas as relações sociais de trabalho estão calcadas basicamente em modelos filosóficos das relações de trabalho surgidos do século XVIII pra cá.

O autor busca correlacionar fatos sociais das relações de trabalho com os acidentes ocorridos nos processos de manufatura de bens e serviços. Pela leitura de outros artigos (bibliografias) de vários autores, o escritor verifica que há Relações Sociais Transformadas (RST), ou seja, patrões e empregados estão numa relação hierárquica de ascensão e submissão, um frente ao outro, em virtude de status diferenciados na cadeia produtiva. Tais relações vão além da situação chefe-subordinado, isto é, nos ambientes corporativos os indivíduos que não detém o capital são explorados por aqueles donos deste, não somente pela figura do mais-valia, mas também por outras RSTs, o que se denomina como níveis de realidade. Tais níveis sociais incluem, na prática, os conceitos de pressões psicológicas no trabalho, recompensas diversas, controles administrativos diretos, assédios em geral e outros, fazendo com que a probabilidade de ocorrência de sinistros sejam mais frequentes ou mais graves.

Em síntese, os donos do capital visam principalmente o lucro, a mola motora das sociedades capitalistas, levando com isso a uma completa falta de bom senso e preocupação social com os demais indivíduos das coletividades. Portanto, as corporações, as empresas, parecem desprovidas de algo simples nas relações sociais humanas, ou seja, a carência de sentimentos para com seus colaboradores, preferindo pagar indenizações e passivos trabalhistas frente aos altos lucros obtidos da venda de produtos em geral. A idéia de lucratividade é passada para os empregados, sendo personificada na forma de prêmios ou bônus pecuniários, horas-extras, status hierárquicos mais elevados, dentre outros. Isso faz com que haja rupturas sociais entre os indivíduos das camadas que vendem a força de trabalho, portanto, perpetuando a ocorrência de fatos sinistros nos ambientes laborais, pois a preocupação com os riscos e perigos no trabalho fica em segundo plano.

Por fim, o autor nos informa que novos modelos teóricos-socias deverão ser desenvolvidos para contextualizar as razões e nexos dos acidentes de trabalho, pois o presente se constitui numa reflexão inicial para que sejam elaboradas novas idéias e conceitos sobre o assunto.





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