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sábado, 30 de abril de 2011

CONTRA OS GARGALOS, MAIS ENGENHARIA

Por José Luiz Azambuja
Presidente do SENGE-RS


A recente manifestação de Jorge Gerdau Johannpeter feita
no chamado Conselhão acerca da necessidade de mais
engenheiros e menos advogados, deve calar fundo nas lideranças
políticas do Estado e do País. Sem dúvida a afirmativa aponta
para a necessidade de mudança de rumos da educação e da
formação profissional no Brasil, sem o que não conseguiremos
dar seqüência de forma sustentável a estabilidade econômica
alcançada nos últimos anos.

Mais do que uma simples e às vezes utópica expectativa de
consciência do meio político, existe hoje a necessidade de união
total das áreas de engenharia/tecnologia apontando os rumos para
enfrentar o desafio de oferecer a resposta que a Sociedade
Brasileira está demandando: superar os gargalos da nossa infraestrutura
e produzir em padrões mundiais com competitividade e
preservação ambiental.

No binômio infra-estrutura e produção está resumida a
principal carência ao desenvolvimento nacional, que desafia a
todos a superar a defasagem que a economia brasileira enfrenta
justamente agora ao maturar o processo de estabilidade, em que as
potencialidades nacionais foram trazidas à cena.

No entanto, é tarefa primordial das entidades de engenharia,
entre as quais o Sindicato dos Engenheiros no RS, se perfilarem e
apontarem a necessária inversão de prioridades. Hoje é sabido que
a máquina estatal valoriza mais quem fiscaliza e quem controla do
que quem produz. Muitos já constataram isso e o próprio expresidente
Lula assim se manifestou não faz muito.
Está na hora de mostrar que o essencial é valorizar quem
produz e gera riqueza, quem agrega valor à produção, quem
aumenta a produtividade e a qualidade, quem reduz as perdas.
Sem dúvida quem faz engenharia tem muito a ver com isso. Aliás,
está na hora de melhor reconhecer e valorizar quem tem a "arte de
fazer", essência da técnica como já ensinavam os gregos.
Contrariamente à civilização moderna que encontrou não se
sabe por que, uma dualidade entre "arte” e "técnica”, os gregos
designavam "tecnos" como a "arte de fazer". Assim, além de não
sermos alienados, somos partícipes da solução, do saber como
fazer, do fazer com conhecimento e arte.

Cada vez mais é necessário que as lideranças da engenharia
estejam focadas no futuro e aproveitem o momento para
cumprirem tarefas históricas que são da sua responsabilidade.
Na condição de Presidente do SENGE-RS, tarefa que
assumi com muita honra e a responsabilidade de dar continuidade
a um dos mais bem sucedidos movimentos de profissionais de
nível universitário do País, vejo a necessidade que as entidades de
classe sejam porta vozes de aspirações coletivas, ajudando a
sociedade a se desenvolver.


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