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terça-feira, 22 de maio de 2012

Valorização Profissional - Novos Paradigmas

Em novembro do ano passado lemos no artigo de Milton Golombeck a inversão de valores com relação às atividades de Engenharia e Arquitetura em nosso país e no restante do Globo. Gostaria de fazer um resgate desse assunto, pois ainda há muito o que se comentar.

No primeiro parágrafo o autor diz o seguinte:

" Vivemos em uma sociedade na qual são valorizados predominantemente as
aparências e o glamour. Modelos, cantores, atores e atletas se sobrepõem,
com seus valores, a outros valores essenciais ao progresso da condição
humana e à melhoria da qualidade de vida. Mas o problema não é apenas
brasileiro; é fenômeno universal, com algumas raras exceções.(...) "

Interessante colocarmos que nem sempre foi assim. Na sociedade de consumo de massa em que vivemos hoje, basicamente só pensa em prazeres a curto prazo, futilidades das mais diversas formas, se aplaude e endeusa personalidades e ícones efêmeros que muito pouco agregam culturalmente. Inteligência pra quê ? As pessoas usam os mais diversos equipamentos, aparelhos, dispositivos, esquecendo ou sem saber (e nem fazem questão) como tal coisa tornou-se possível. Garanto que não foi por magia..


Os profissionais que se dedicam a ciência, engenharia, arquitetura e correlatos são tratados como se fossem "prestobarbas", ou seja, devem ser baratos, funcionar muito bem várias vezes para depois serem descartados. Muitas vezes tratados como algo surreal ou passível de descrédito, pois lidamos com idéias e coisas que na maioria das ocasiões não fazem parte do cotidiano humano em geral. Somo lembrados somente quando cai a marquise, o prédio, a ponte; quando explode um transformador na rede elétrica, quando morre um operário vítima de acidente do trabalho. Por quê ? E eu mesmo respondo: porque temos a responsabilidade técnica, coisa que em outras profissões é passível de diversas interpretações e condicionantes.


Nós somos responsáveis por tal comportamento, pois no passado, como coloquei em post anterior, a ciência e a engenharia/arquitetura andavam ladeadas com reis e chefes de estado, pois eram eles que projetavam, edificavam e inventavam palácios, prédios, máquinas e outros. Torno a chamar a atenção: sem tais profissionais o mundo não teria chegado onde estamos. A sociedade nos deve respeito, assim como outros profissionais tão valorizados e que nem sempre respondem civil e moralmente por seus atos.


Mas nem tudo é um céu negro, noto melhoras na atitude dos colegas profissionais, conquistas estão sendo ganhas não somente pela insistência de nossa importância, mas pelo retorno do reconhecimento, primeiramente pelos governos e, aos poucos, pela comunidade como um todo. Normalmente ocorre assim: os estados reconhecem as categorias para depois o restante da sociedade fazer o mesmo. Ainda temos uma longa jornada, mas há uma luz não tão tênue no fim do túnel, pois já ilumina nosso caminho.


Finalmente, torno a conclamar os irmãos e irmãs profissionais da arquitetura, engenharia, ciência e correlatos: devemos sempre buscar nossos direitos e méritos, pois não acredito que mediocridade prevalecerá nas sociedades atuais.


Abraços !



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